sexta-feira, 16 de novembro de 2007

“Dia da Consciência Negra”
A luta pela sua liberdade


O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira.
A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares
, em 1695. Apesar das várias dúvidas levantadas quanto ao caráter de Zumbi nos últimos anos (comprovou-se, por exemplo, que ele mantinha escravos particulares) o Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do negro à escravidão de forma geral, desde o primeiro transporte forçado de africanos para o solo brasileiro (1594).
Algumas entidades como o movimento negro
(o maior do gênero no país) organizam palestras e eventos educativos, visando principalmente crianças negras. Procura-se evitar o desenvolvimento do auto-preconceito, ou seja, da inferiorização perante a sociedade.
Outros temas debatidos pela comunidade negra e que ganham evidência neste dia são: inserção do negro no mercado de trabalho, cotas universitárias, se há discriminação por parte da polícia, identificação de etnias, moda e beleza negra, etc.
O dia é celebrado desde a década de 1960
, embora só tenha ampliado seus eventos nos últimos anos; até então, o movimento negro precisava se contentar com o dia 13 de maio, aboliçao da escravatura – comemoração que tem sido rejeitada por enfatizar muitas vezes a "generosidade" da princesa Isabel, ou seja, ser uma celebração da atitude de uma branca.
A semana dentro da qual está o dia 6 de novembro também recebe o nome de Semana da Consciência Negra


Consciência negra e o racismo brasileiro

Cada ano, em novembro, crescem em todo o Brasil as comemorações ligadas ao dia da união e consciência negra. Desde alguns anos, a data do martírio do Zumbi dos Palmares se integra no calendário nacional. Antes, poucos livros de história do Brasil contavam que, em 1695, senhores de engenho, bandeirantes vindos de São Paulo e militares de Pernambuco invadiram o Quilombo dos Palmares, no alto da Serra da Barriga, hoje Alagoas, onde viviam pacificamente mais de 30 mil pessoas - negras, índias e brancas, em uma sociedade livre e mais igualitária. Os invasores, com respaldo da sociedade e da Igreja, mataram milhares de homens, mulheres e crianças. O líder Zumbi dos Palmares, traído por um companheiro, preferiu entregar-se aos inimigos para evitar um massacre maior. No dia 20 de novembro de 1695, foi fuzilado e teve seu corpo esquartejado em uma Praça do Recife. Até hoje, na comunidade de Muquém , sobrevivem do artesanato de argila descendentes de alguns sobreviventes do massacre. Mais de 300 anos depois, as comunidades negras e os quilombos são exemplos de resistência cultural e social do povo negro em meio ao conjunto da sociedade brasileira, ainda injusta e discriminadora. Conforme o censo mais recente, 44% da população brasileira é afro-descendente, mas só 5% das pessoas se declaram negras. Estes dados se tornam mais ainda espantosos quando sabemos que, da população brasileira mais empobrecida, 64% são pessoas negras. A lei proíbe o racismo, mas mantém estruturas sociais e econômicas que o alimentam. Pode evitar que um viole o direito do outro, mas não tem como levar brancos e negros a se amarem e menos ainda como ajudar cada pessoa a se sentir bem em sua pele e em sua identidade cultural. No Brasil, os dados oficiais mostram que as desigualdades sociais são mais profundas à medida que as pessoas pobres não só são empobrecidas, mas são negras. O Brasil branco é 2,5 vezes mais rico que o Brasil negro. Nos últimos anos, as diferenças entre negros e brancos vêm se mantendo. Na educação, um branco de 25 anos tem, em média, mais do que o dobro de anos de estudo do que um negro da mesma idade. Os governos têm procurado solucionar esta desigualdade através de medidas que continuam compensatórias e provisórias, já que a solução mais profunda exige um processo de reestruturação da sociedade, que é lento e muito exigente. Entretanto para quem vive a dor da exclusão social é melhor contar com essas medidas do que viver no desamparo como, durante a história, tem sido muitas vezes, o destino dos mais pobres.

Nome: Roice lima dutra
Nome: Leandro dos santos ferreira
Nome: Milena

Um comentário:

Paula Góes disse...

Parabéns, meninos, texto muito bem escrito, pesquisado e refletido. Continuem assim!